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Com 95 anos faleceu na passada 2ª-feira, dia 20, no Hospital de Santo André a muito estimada bajouquense D. Maria do Carmo Pedrosa, a "ti Maria Nova", como popularmente era conhecida. Viúva que foi do também saudoso ti Luís Ferreira Pedrosa, residentes no Moital, onde lhes nasceram 11, dos 9 filhos vivos, deste generoso casal, que após o falecimento do marido, a ti Maria Nova acabou de criar e educar exemplarmente com muito trabalho e sacrifício.
O funeral da saudosa extinta realizou-se na 3ª-feira, dia 21, para o cemitério da Bajouca, após Missa de Corpo Presente presidida pelo o Sr. Padre Augusto Gonçalves e como concelebrantes o Sr. Padre Soares, sobrinho da falecida; o Pároco, Sr Padre Abel; o Padre José Baptista e o Padre José Henrique, e constituio uma verdadeira demonstração de respeito e amizade que não só a comunidade bajouquense como as terras circunvizinhas tinham por esta exemplar mulher, esposa, mãe e educadora. Costumo dizer que sempre que uma terra perde um filho idoso, leva com ele numerosos volumes de história, que em prejuízo dos vindouros deixa a terra mais pobre. A ti Maria Nova é um desses exemplos que tive o prazer de conhecer e recolher alguns bons ensinamentos que ficariam por registar. Recordo quando em 2006/7 fiz uma serie de artigos, entre 2006/7, para o Elo da Bajouca que intitulei "Do descamisar até ao forno", num deles ao descrever a confecção da broa escrevi: "Quanto à mistura, importa dizer que na Bajouca nem todas as casas tinham por costume tal prática, o mais vulgar era confeccionarem a broa somente com farinha de milho. E mesmo as casas que fugiam à regra, em vez de centeio, porque não o cultivavam, usavam um pouco de farinha de trigo ou, como no caso da “ti Maria Nova”, de farinha de soja, para tornar a broa mais saborosa e macia". Já noutro artigo em que me reportava ao modo como era feito transporte do cereal até ao moinho, e da farinha do moinho para casa, registei: "Quando não às costas ou à cabeça de pessoal da casa, o respectivo transporte do grão e da farinha é feito ao lombo do burro ou macho de um moleiro que tiver tais animais. Na Bajouca, segundo informação da popular bajouquense “Ti Maria Nova”, do Moital - que em tempos foi moleira e até chegou a “picar pedra” (= picar as mós) do moinho, já inexistente, que seu pai tinha na Ribeira do Vale (Ilha-Pombal) -, ao acto conjunto de levar o grão e trazer de volta a farinha do moinho, dá-se o nome de carreto”. Arranquei-lhe algumas folhas da sua cerebral enciclopédia que ela com delicadeza e um sorriso amistoso sempre deixou retirar, mas consigo levou muito do que ficou por contar e arrolar.
Encerro esta homenagem póstuma com um comentário que o Sr. Costeira da Murta fez a um post que publiquei no blog "Na retaguarda", de 2 de Julho de 2009, e dizia":"Olhas para o vinho que eu bebo e não vês os tombos que eu dou" É realmente um regalo percorrer os seus post's, principalmente quando noticiam coisas das gentes da Bajouca. Embora já com Magalhães, temos que dar tempo ao tempo para que haja tempo de "beber o vinho". Por enquanto, muitos nem tempo têm para dar os tombos, porque isto de ter tempo e disponibilidade para os repastos, não pode ser ainda para todos. Faz muito bem o estimado Costa Pereira em aproveitar estas brilhantes oportunidades, que também servem para homenagear quem merece. Aos amigos Helena e David, terão, quiçá, agora cada vez menos tempo para beber o vinho, mas o pouco que conseguirem saborear, irá valer por tudo o que deles se espera, a partir de agora a três. Que Deus os ajude e a nós não desampare! As famílias também estão de parabéns , desde a Ti Beatriz Rata à Ti Maria Nova, ou ao seu filho Manuel do Carmo, um vencedor que perdeu a fala... Poucos conhecem a boa "fibra" e simplicidade desta gente.
Também ao Sr. Padre Abel, aquele abraço. O Vitral da Igreja está a ficar espectacular!".
Foi à volta de um filho adoptado pela Helena Afonso e, marido, David Pedrosa que escrevi e o Sr. Costeira da Murta comentou. Achei que tem aqui cabimento, e diz bem mais das famílias em questão do que eu possa dizer, que não vai além de nesta hora amarga para seus filhos e filhas, noras e genros, netos e bisnetos e restantes familiares da saudosa ti Maria Nova, deixar aqui os meus sentidos pêsames, e com a mesma segurança do que disse dela na eucaristia o Sr. Padre Augusto: no Céu a Bajouca tem mais uma protectora. À nora Helena, por me ter avisado, e ao Carlos Afonso por me dar boleia, os meus agradecimentos. Á ti Maria Nova, a Eterna Felicidade!
Informado que vinha hoje a Lisboa a ti Luzia, e que com ela vinham mais bajouquenses da família procurei discretamente saber onde e a que horas estava previsto almoçarem. Não porque lhes pudesse fazer companhia pois além de não estar convidado, também um compromisso já assumido, mo não primitia. Era no Colombo, logo que terminassem os afazeres que cá os trouxeram. A quem arranquei a noticia não consegui arrancar nem o numero, nem o nome dos elementos que constituíam o grupo. Mas embora comprometido e quase impossibilitado de dar o meu abraço a este simpático grupo de bajouquenses, devido a uma consulta médica que tinha marcada para essa tarde, lá consegui ainda aparecer na zona dos comes e bebes desse conhecido Centro Comercial alfacinha e ter a sorte de ali os apanhar na cavaqueira. E sem que dessem por mim no local lá tirei uma foto à distância.
Sabia que nesta deslocação além doutros motivos havia também o propósito de fazerem um visita à conterrânea ti Saudade, aqui de costas ladeada pela Bela Sousa e a sua prima, a Profª Lucília. De pé, junto à Bela, a Tânia que, como eu, residente em Lisboa e familiar por afinidade, aproveitou também para confraternizar.
Feliz com tudo isto, temos a ti Luzia que muito atenta ao ambiente observa o gesticular dos braços e o que saí boca fora dos circunstantes, aqui com os olhos postos no Miguel e na Gina que parece estão a águas... Gostei de ver esta gente que muito prezo, e por quem nutro muita amizade, e eles de modo idêntico por toda a minha casa que é deles. Fica este registo!
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