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Tempo para se ser alegre

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 28.02.14

Fotos 727.jpg

O Corço da capital do barro leiriense, este ano concentra-se no Largo dos 13; merece a pena ir até lá na tarde do próximo dia 02 de Março, Domingo Gordo. É Carnaval à Bajouca.

 Do  latim (introitus) que quer dizer  "entrada"ou inicio do ano, da primavera ou, mesmo, da Quaresma, o Entrudo é a remota celebração pagã que hoje conhecemos por Carnaval. Festa popular que faz o delírio dos foliões e embriaga os participantes e apreciadores do folclore e da musica alegre e movimentada que faz parte do nosso património cultural. Nunca foi espectáculo que me seduzisse talvez fruto do receio que nos primeiros anos da minha infância tinha das “máscaras” ou “caretas” e das “macacas” que no Entrudo figuravam no corço da minha terras natal.

 

 

 Uma cena carnavalesca com bajouquenses de gema

         De qualquer modo aprecio o trabalho de quem organiza, promove e anima essa tradição romana que remonta às Saturnalias, festas em honra de Saturno cujos ritos e cerimonias tinham como objectivo o despertar do novo ciclo da Mãe / Natureza; as Lupercalias, que se celebravam ao redor do 15 de Fevereiro, assegurando a fecundidade dos homens, animais e campos e às Matronalias, festa dedicada às mulheres que nestas datas tinham poderes especiais sobre os homens.

         Mantendo o mesmo cerimonial que se pode imaginar em tradições, como o Dragão de São Jorge, no Minho, nos Caretos, em Trás-os-Montes e nos Gigantones e Cabeçudos por todo quanto é povoação, o Carnaval é uma “recordação das festas dos "loucos medievais", colocando um ponto final ao tempo de excessos que precedem a Quarta – Feira de cinzas".

Bajouca Centro, com igreja, residência e Junta de Freguesia

         Quarta-feira de Cinzas, dia em que o cristão, na Missa, recebe uma cruz na fronte com as cinzas obtidas da queima das palmas usadas no Domingo de Ramos do ano anterior.

 "Quaresma" é uma corruptela de "quadragésima" - 40 - por corresponder a quarenta dias de penitência, em que nos preparamos, tentando nos livrar das muitas armadilhas do mundo, para que sejamos menos indignos de receber tão magnífico presente, pela Páscoa. Na Quaresma não se canta o Aleluia, na Quaresma não se canta o Glória. É um tempo penitencial, um tempo de recolhimento e preparação. Já que tão pouco nem ao meu habitual corço da Bajouca vou este ano, que ao menos consiga viver uma Quaresma bem vivida, e com aquela  alegria própria do cristão.

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publicado às 10:30


Para atender a todos

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 16.02.14

Sentada, a anfitriã, com a cunhada D. Maria das Neves ouve as "novas" que as filhas ali presentes tecem. 

Mais uma vez o Casal dos Afonsos, na Bajouca Centro, esteve em festa, mas festa muito familiar com gente especial que de longe veio matar saudades da infância que já lá vai. De visita a Portugal para tomar parte no casamento de uma sobrinha, o fazendeiro Joaquim Afonso pegou da esposa e de um filho e aí vem ele do Brasil até à sua saudosa Bajouca que fisicamente deixou há mais de 50 anos. Sem tempo e sem barriga para corresponder a todos os convites para visitar e dar ao dente, lá arranjou disponibilidade para no dia do seu regresso a terras de Santa Cruz ir almoçar na alpendorada, onde muitas vezes foi acolhido pelo seu saudoso irmão José, e hoje, como então, pela cunhada Beatriz.

 Ladeado pela esposa, D.Maria das Neves Afonso, e por seu filho Joaquim, o bajouquense Joaquim Afonso recordando....

De terras distantes o sr. Joaquim Afonso mais uma vez veio visitar o torrão que em 1931 o viu nascer e depois o deixou partir em demanda de novos horizontes, sem que daí resultasse prejuízo para o sentimento bairrista que caracteriza o povo da Bajouca.

Em comentário a um post que fiz em Setembro de 2009 à volta de um distinto bajouquense, veio alguém depois, mais bem inteirado do que eu, falar da pessoa em causa. E sob o pseudónimo de Costeira da Murta, comentou: "Tenho ténues recordações de infância, da figura deste ilustre Bajouquense, antes de rumar para Brasil. Fiquei muito agradado com o rol de amigos que o Sr Joaquim Afonso ainda conserva na Bajouca, passados que são cerca de 50 anos.  O próprio me confirmou que passou "as passas do Algarve" até chegar ao conforto actual como fazendeiro e que correu riscos elevados. Para tanto, julgo, o casal teve que perder o amor a todos os bens que possuía em Portugal. Desejo ao Casal Afonso do Brasil, a continuação de prosperidade e que possam vir mais vezes usufruir da hospitalidade da família e amigos. Bem hajam".

 O ti Joaquim, mais os sobrinhos Carlitos e a irmã Prazeres com um seu rebento a pedir cama....

Também com esta é a segunda vez que tenho o prazer da abraçar este amigo do qual por afinidade sou parente. E quer desta quer da outra é sempre com o tempo muito curto e recheado que nos visita. Em Agosto de 2009 comentava eu, Na retaguarda:

"Tanto da sua parte, como da parte da esposa, a monte-redondense D. Maria das Neves, o clã de famílias numerosas é notório, o que obrigou o simpático casal a andar numa roda viva para corresponder aos muitos convites de familiares e amigos que pediram visita a suas casas e que no curto lapso de 05 de Julho a 16 de Agosto foi possível satisfazer". Se assim foi com quase um mês fora da fazenda, desta vez com apenas uns oito dias, nem deu para as encomendas.

 

 Nessa ocasião relatei também à cerca do que foi um convívio familiar em sua honra:"Dado que a família Afonso é grande e o tempo para convidar a todos era pouco, um grupo dos familiares mais chegados tomou a iniciativa de promover um convívio em honra do distinto parente luso-brasileiro que teve lugar nos anexos do Café Sousa, na tarde do dia 1 de Agosto, e contou com a presença do irmão Manuel, das irmãs Emília e Luzia; e dos cunhados, Agostinho, Silvino, Bernardino, Virgílio, Maria e Beatriz , além dos muitos sobrinhos por parte destes casais". Não somos de cá..., e por isso mesmo, desta vez já não encontrou o abraço da irmã Maria, do cunhado Agostinho, da cunhada Maria Santa e da irmã Emília que tanto amor os unia.

 

 Mas por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera, a vida continua e além disso o clã dos Afonsos é grande e muito generoso. Com os dias muito preenchidos os familiares mais chegados, Fernando, Rui, Lígia e a Beatriz  do Zé Afonso foram dos que estiveram nas prioridades. E como por magia, sempre que acontecem destas coisas  é costume da família convidar-me. E eu, nunca me nego. E alguém imagina o sabor quem tem um repasto servido na alpendorada da ti Beatriz? Ninguém imagina.

 

 
Este vídeo dá da alpendorada uma ideia, ideia mas não sabor....

 

C:\Users\utilizador_2\Pictures\2014-02-15 joaquim\ 

O ti Joaquim no momento de um até breve cunhada e anfitriã.

Terminado a almoço há que deixar o Casal dos Afonsos para ir aprontar as malas, às 23:00h está o avião pronto para arrancar da Portela até São Paulo e depois apanhar outro de modo a que hoje, 16 de Fevereiro, esta família amiga chegue feliz a sua terra de adopção. E  oxalá se repitam os desejos que formulei da outra vez ao dizer:   "Foi uma tarde de são e alegre convívio que reuniu um bom número de membros da família Afonso da Bajouca e que o hospitaleiro bajouquense Joaquim Afonso, e sua dilecta esposa, por certo levam bem gravado na alma para lá longe na fazenda de São Miguel, do Cruzeiro do Oeste, recordar com saudade e ganhar coragem para em breve voltar de novo a Portugal".

A D. Maria das Neves a despedir-se da cunhada

Radicado em terras de Santa Cruz, onde no município do Cruzeiro do Oeste, Estado de Paraná, é conceituado fazendeiro, o generoso bajouquense sr. Joaquim Afonso mais uma vez veio visitar a terra que em 1931 o viu nascer e depois deixou partir em demanda de novos horizontes, sem que daí resultasse prejuízo para o sentimento bairrista que caracteriza o povo da Bajouca.

As despedidas deixam  sempre saudade, mas também recordações. Esta do dia 15 de Fevereiro vai ficar na memória do fazendeiro Afonso.

  

 O tempo nem para um cafezinho lhes deu, mas a rapaziada foi brindar pela honrosa visita ao Café Sousa de sua irmã Luzia e do cunhado Virgílio Sousa.

 

Conduzido pelo filho Joaquim, seu braço direito na fazenda, lá vai de regresso ao brasil este generoso casal de fazendeiros que muito honram a terra que os viu nascer.   Que não demorem a voltar , mas com mais vagar e tempo para atender a todos.... 

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publicado às 11:10


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