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Este ultimo fim de semana fui até à capital do barro leiriense e mal entrei na Marinha do Engenho ouvi um telemóvel tocar e do outro lado um convite para jantar. Nada mais agradável para quem chega de viagem do que encontrar a mesa pronta e farta para enfartar. Assim aconteceu na 5ª-feira, dia 18, e desse modo aproveitar a maré para felicitar a menina Ângela que no domingo, dia 14, fez e festejou mais um aniversário, o 8º, no qual não pudemos partilhar na ocasião. Também na 6ª-feira, dia 19, outro casal de sobrinhos enfiou connosco na Roulote e vai de nos levar até ao Pedrógão, para estacionar nas "Pedras" e ali, abrigadinho do vento e a ver o mar, lanchar regaladamente. Por incrível que pareça não levei a objectiva, perdendo uma oportunidade rara de ver o que o vento fez na praia e na marginal com as areias da orla, invadindo tudo quanto era canto. A foto da Ângela com a ti Saudade não é actual mas serve para mostrar um espaço que as areias ocuparam por inteiro, e houve dias em que se não pode circular na marginal. Perdi como disse a oportunidade de registar imagens raras de ver.
Estas atenções todas que na família são normais, desta vez havia um motivo muito especial para ganharem outra dimensão. A ti Saudade desde Setembro que andava muito arredia da terra e esta visita surpresa merecia ser festejada. Foi uma alegria para ela e para os muitos familiares e amigos que tinham saudades de a ver, após 4 intervenções cirúrgicas que corajosamente aguentou, a ultima, e oxalá em definitivo, foi há 15 dias. Mulher a quem o trabalho por fazer causa aborrecimento, ver o quintal por cultivar dá-lhe gana.
Sem mais aquelas, deita mão da foucinha e vai de cortar as ortigas que lhe ensombram os lírios, e as demais plantas de jardim e horto que o estrume de compostor aduba.
Também já tinha saudades deste passeio que não dava desde o vendaval, 19 de Janeiro, que se abateu na região e me deu cabo das árvores do jardim, e eu impotente a ver da janela do meu quarto. Lembrei-me então da peça "As Árvores, Morrem de Pé ". É sempre gratificante passar uns dias com os familiares e amigos desta terra de gente generosa onde o Costa e a Saudade são estimados, mas sabem também ser agradecidos. Soube a pouco...
Por vota das 11h30, subindo de Braga pela Falperra, chegávamos ao Sameiro, para visitar o 2º mais importante santuário mariano de Portugal, a seguir ao de Fátima.
Começado em 1863 por iniciativa do Padre Martinho António Pereira da Silva cujos restos mortais repousam em mausoléu de mármore negro nos ascessos interiores da igreja com a cripta, o santuário do Sameiro é além de um espaço convidativo à oração, também a área à volta do local é aprazível para contemplar a natureza e a paisagem que dali se desfruta.
Consagrado a Nossa Senhora da Conceição é entretanto conhecido dentro e fora do país por Santuário da Senhora do Sameiro. Muito frequentado e visitado por devotos e grupos excursionistas foi necessário ampliar e criar estruturas que dessem resposta ao maior número possível de acomodações.
Assim para em dias de grandes concentrações se poder acolher os fieis e celebrar os actos litúrgicos, ou outros eventos, construiu-se a cripta do santuário com enormes dimensões, dimensões de acordo com o restante já construído e que desde há muito ao santuário dá fama.
E com esta imagem do templo e da entrada do exterior para a cripta, deixamos o Sameiro para descer ao vizinho santuário ou igreja do Bom Jesus do Monte, outra das maravilhas naturais e arquitectónicas da Bracara Augusta.
Aqui o centro das atenções de quem com fé visitita o Bom Jesus é mesmo esta capela com o Crucificado. A fila de devotos para da imagem se aproximarem, mexerem e fazerem a sua petição em certos dias e horas é gorda e dilatada....Só a custo lá se chega. Não era despropositado ordernar a circulação da entrada por um lado e saída por outro, e já todos assim tinham mais oportunidade de ver de perto o Crucificado sem pernas cruzadas.
Outro anexo atractivo desta igreja cujas obras foram iniciadas em 1784 por mando de D. Gaspar de Bragança para substituir a primitiva igreja mandada construir por D.Rodrigo de Moura Teles, é o altar com as relíquias de São Clemente.
Também o altar-mor da igreja é belo e convidativo ao recolhimento, o que nem sempre acontece, visto o local ser religioso e turístico. O certo é que esta jóia de arquitectura bracarense só concluída em 1811 e cujo projecto se deve Carlos Amarante, a quem o arcebispo de Braga e primaz das Espanhas, D. Gaspar de Bragança, encarregou de fazer, identifica um dos primeiros edificios neoclassicos construídos em Portugal.
Sem tempo para visitar a mata, o escadório, o elevador hidráulico,o canudo e tantos outros sedutores regalos da vista e dos sentidos, despedi-me do Bom Jesus do Monte por este jardim que rodeia o templo, em direcção a Montariol, onde almocei
Fachada do convento franciscano de Montariol, um espaço de paz e alegria para quem ali vive e que contagia quem por ali passa. O Portal: Verde Braga faz a história.
Lá fomos acolhidos no refeitório do convento para almoçar, provavelmente com ementa ao gosto de Frei Luís, que foi também ao gosto de todos os circunstantes.
Com a jornada mariana a chegar ao fim, agora à porta do convento e com a barriguinha satisfeita foi o tirar da foto em família, pois até terras de Leiria não vai haver mais oportunidade para o fazer. E aqui, em grupo, temos os peregrinos todos - menos os "fotógrafos" - que por terras marianos de Portugal e Galiza fizeram eco da Mensagem de Fátima.
De volta ao mosteiro de São João, e antes de seguir para o refeitório, aproveitei para colher do seu exterior algumas imagens que dão do sítio mostra da grandeza e riqueza da construção. Prova clara dessa imponência é o seu famoso espigueiro do séc. XVIII, situado no quintal paralelo e aqui junto a esta fachada do edifício.
Com os seus 123m2, este espigueiro (hórreo) de São João do Poio é considerado o maior exemplar, no género, existente em toda a Europa e até no mundo. Atesta como no tempo em que as Ordens Religiosas eram livres de trabalhar e ensinar as terras e as suas populações tinham trabalho e pão com fartura. Mas não é hora de fazer maus comentários... é para almoçar... Que no fim vamos até Santiago.
À hora marcada toda a gente pronta; e já com a barriguinha bem aconchegada, todos dentro do autocarro para viajarem até Compostela! O tempo não estando muito favorável a viajar sem chapéu de chuva, mesmo assim portou-se ao jeito das circunstâncias, com abertas que permitiram uma primaveril viagem e mesmo durante a curta permanência na capital da Região Autónoma da Galiza não nos afligiu.
Os cerca de 70km que separam São João do Poio (Pontevedra) da Praça Obradoiro (Compostela) demoram a percorrer o tempo normal que uma condução em segurança costuma gastar. E pelo registo das horas que as fotos deixam ver se pode avaliar. Depois do tradicional abraço a Santiago, desci à cripta do Apóstolo para junto à tumba lhe fazer a minha especial petição.
Entretanto dirigi-me para a ampla e recatada capela do Santíssimo, que só não fiz em primeiro lugar porque em grupo comecei a vista pelo lado direito da Catedral (Pórtico da Glória). Feita com respeitosa reverência a "visita" ao Santíssimo, suguiu-se uma olhadela pelas restantes maravilhas contidas nos interiores facultados da monumental jóia arquitectónica, veio o momento de prezentear os olhos com o encanto e beleza que naquele espaço santo nos envolve.
Para memoriar fica a foto do Altar-Mor, erguido sob a cripta do sepulcro do Apostolo, e no qual por uma escadaria se pode subir até junto à imagem do Padroeiro e pelas costas lhe dar o tradicional abraço de romeiro. Como também depois ao sair, por outra escada descer à cripta.
Desta vez também não vi em função o famoso "Botafumeiro" ou incensário que em certas celebrações e datas festivas percorre em movimento pendular quase toda a nave lateral do Altar-Mor.
Já de saida e de costas para o Pórtico da Glória mais uma foto agora da Praça Obradoiro
E descenda a escadaria outra de baixo para mostrar a fachada.
Com o tempo contabilizado, aproveitou-se uma abeta, já com ameaças de chuva, para ir ao encontro do autocarro que no parqueamento da Catedral ficou de nos ir buscar às 16h30. Com ajuda de São Tiago e a paciência do Sr. Faustino todos se portaram à medida dos verdadeiros romeiros.
Como prémio subimos ao Monte do Gozo (380m), um espaço com mais de 60 hectares de natureza e tranquilidade, que está a transformar-se numa zona residencial para peregrinos. Situado na recta final do Caminho Francês, o nome vem-lhe precisamente pelo "gozo" que os romeiros sentem ao ver dali pela primeira vez as torres da Catedral. Ali paramos para antes de deixar Compostela petiscar do "peregrino farnel" dos Mensageiros de Fátima, em terras de São Tiago.
Ver: http://aquimetem2.blogs.sapo.pt/
Google e El Caminho de Santiago, de Eusebio G. Arrondo
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